quarta-feira, 22 de novembro de 2017

45 dias

Eis que depois de anos, venho jogar pra fora tudo que está se remoendo aqui dentro, através das palavras que tanto faz parte de mim.
As histórias aqui contadas no passado foram reunidas em um livro. Ao terminar de escrever "O amor não fala" senti que me libertei daquilo que me fez por seis anos sofrer. Havia perdido minha essência, meu sorriso, meu equilíbrio e meu amor próprio. Demorou, mas passou. Voltei a ser quem eu sempre fui, mas ainda melhor. Mais feliz, mais madura, mais forte e mais mulher.
Voltei a "viver a vida" intensamente, e nas minhas aventuras desta vida louca eu encontrei uma pessoa. No começo, eu só quis por um dia ter um momento de prazer, e não levaria adiante, porém, ele continuou me procurando, mandando mensagem e decidi corresponder.
Não gostava o suficiente para um namoro, e quando quis parar de vê-lo, pensei em porque não tentar, me permitir novamente a gostar de alguém e a ser feliz com uma pessoa, já que sabia como era ser feliz sozinha.
Se havia decidido a me permitir, eu com certeza iria me doar e a se jogar. Ele me conquistava a cada dia, com pequenos gestos, pequenas atitudes. Nos tornamos em pouquíssimo tempo o "casal modelo", porque nossa sintonia era tão grande, que passávamos isso para as pessoas. Não havia alguém sequer que não nos elogiava. Ele preenchia aquele buraco no coração que estava tapado com palha, reservado para alguém que Deus estaria me reservando, e olha só, Ele havia escolhido alguém incrível para mim, o tipo de namorado que eu desejaria para as minhas amigas.
A reciprocidade que tanto espero em um relacionamento, existia no nosso. Era uma troca entre nós de parceria nata, sem contar que combinamos em muitas coisas, gostamos de muitas coisas parecidas e a nossa química era mais que compatível. Ele foi reconstruindo o amor dentro de mim.
Enfrentei o primeiro obstáculo pra viver o meu amor. O preconceito das pessoas por ele já ser pai de duas filhas e por ele não ter o estudo que já tenho. Acontece que isso não define caráter, e já o conhecendo, mesmo que não o suficiente, não importava a opinião dos outros e sim o que eu queria pra mim, afinal, a vida é minha.
Tive a feliz oportunidade de conhecer as meninas, que seriam minhas filhas do coração, e a empatia foi tão grande, a energia tão boa que não duvidava que não daria certo. "o meu pai está mais feliz", foi ao ouvir da filha que vi que estava no caminho certo, pois o estava fazendo feliz da mesma forma que ele me fazia. Reciprocidade.
"Vou ter problema com a sua ex?" "Não"- foi sua resposta. Então, nada impediria de sermos felizes.
O pessoal pilhava, brincava ao falar de casamento, e por mais que via nele sim, o homem que poderia ficar ao meu lado até o fim da vida, eu iria esperar um bom e longo tempo. Queria curtir meu namoro, planejar viagens, festinhas juntos e surpresinhas na hora do sexo, coisas de namorados.
Mas, a ex estava disposta a não facilitar as coisas. Teve o primeiro ataque que deixei passar, o segundo que tentei me defender, porque não era possível que ele permitiu que toda aquela situação se repetisse, mas ainda pior.
O que ela sente por ele não é amor. Amor é luz, é compreensão, entendimento, é querer o bem  e a felicidade da pessoa, mesmo não estando ao lado dela. Pelas atitudes dela, e citá-los para qualquer especialista no assunto, o sentimento dela é de posse, obsessão, doentio e sombrio. Alguém que sente prazer em me dizer que destruiu todas que passaram na vida dele, que sente o prazer em ver a infelicidade do pai das suas filhas, não é um ser de luz e de bondade, e sim uma pessoa ruim.
A energia dela, por fraqueza minha, me atingiu e desfaleci. Foi como se me jogasse no fundo do poço, e ao cair eu me desesperei, gritei, chorei e fiquei lá por um tempinho, e no dia seguinte quando me deparei que estava lá naquela escuridão, eu comecei a subir, porque sabia que lá em cima tinha alguém me esperando, me estendendo a mão pra me dizer "tenha paciência, porque juntos vamos de alguma maneira encontrar algo pra podermos superar as adversidades que ainda estarão por vir".
Eu subi, e não encontrei ninguém. Talvez, ele também estivesse perdido em algum lugar tentando me encontrar, então decidi ir ao encontro dele.
Acontece, que até hoje o procuro. Procuro aquele namorado que Deus me enviou. Aquela pessoa de coração bom, que me aquecia com seu abraço, que me dizia que era uma namorada completa  pra ele, que era a pessoa que passei momentos maravilhosos, que me fazia sorrir por nada e que tinha certeza que nunca iria me fazer chorar.
A princípio, ele jogou toda a culpa em mim, e não demorou muito pra perceber que não, não foi culpa minha. Estava acontecendo alguma coisa. Por que se silenciava? Por que não queria me ver? Por que não me encarava? Por que não encarava aquilo tudo de frente? Eu busquei incessantemente todas as respostas possíveis, e não estava me humilhando e nem perdendo o meu amor próprio em querer saber o que estava havendo, porque se tratava da minha vida também.
Não era possível que iria viver tudo de novo o que vivi há seis anos. Não, ele é diferente, ele também não deve estar bem, deve estar no fundo do poço e eu irei lutar até o fim para encontrá-lo e resgatá-lo. Porque eu sou mais forte do que qualquer coisa.
Acontece que quanto o mais procurava, mais ele não queria ser encontrado. Eu daria tudo pra entender o que está passando em seu coração, mas tudo que busco está sendo em vão. Queria ajudá-lo, mas ele não me busca pra nada. Ele só me machuca com atitudes e palavras, mesmo lá no fundo eu sinto que ele fala da boca pra fora, dói e dói muito.
Eu sei que pela mulher que sou, não mereço o que ele está fazendo comigo. E aí, eu pergunto pra Deus, o porque estou merecendo passar por isso. Eu estava lá quietinha no meu canto, porque o enviou se não daria certo? O que eu tenho que aprender?
E assim estou, esperando pacientemente a resposta. Ela virá com o tempo, eu sei, mas o tempo está passando e sinto que estou perdendo tempo.
Ele me disse que eu quero namorar pra mostrar para os outros, e dentro de tanta discussão esta foi a maior asneira que eu ouvi. Se ele tivesse sido claro, sido honesto comigo que enfrentaríamos uma tempestade por conta de uma psicopata, eu estaria namorando com ele sem ninguém saber até hoje. Quem postou uma foto nossa primeiramente na rede social, foi ele. Ele aceitou publicar relacionamento sério como se não tivesse problema ao fazer isso.
O que ele deveria ter me falado na mesma semana em que caí no poço, soube a pouco dias o que suspeitava...que a ex o ameaçou. Por que ele não confiou em mim para me dizer isso, por que não foi capaz de falar isso olhando para os meus olhos e me pedindo desculpas por não conseguir enfrentar ameaça pra ficar comigo?
É tanta pergunta sem resposta, que pode ser até que ele me usou para provocá-la, que ele ainda possa gostar dela, que ele possa achar que esta loucura toda dela é por amor...se isso é real ou coisa da minha cabeça? Eu não sei. Ele não me diz, não me contradiz, não me procura, não se preocupa com nada no que se diz a mim, então?
Então, por mais que tenho este amor todo para dar à ele, seja como for. Eu não consigo mais lutar sozinha. Eu preciso das mãos dele para continuar, e ele preferiu se fechar num mundo todo dele.
Eu achei que ele tentou buscar a felicidade dele, e no primeiro obstáculo ele não teve forças e desistiu. Hoje, eu não sei se ele tentou mesmo ou só fui instrumento para entrar dentro de um ex relacionamento deles.
Ninguém tem o poder de manipular a sua vida, independente de qualquer coisa. Ninguém tem o poder de mandar em sua vida, só porque é mãe ou pai dos seus filhos. Deus não é injusto desta maneira, mas se você dar o poder para estas pessoas, é você que estragando a própria vida.
Se ele dá a ela este poder, se ele não se esforça pra encontrar alternativas para a sua própria felicidade, quem sou eu pra tentar mostrar pra ele algo?
Eu tenho todo o amor do mundo pra ele, mas se ele não quer, eu vou guardá-lo novamente, tapar este buraco que ele me deixou com palha e seguir. Tenho certeza que vou curtir meu momento de desapego comigo mesma e com meus amigos. Pensar em outra pessoa agora, nem pensar, mas vou continuar pedindo sim pra Deus me enviar uma pessoa especial, porque eu mereço, porque eu sei que sou boa o bastante como pessoa e que alguém será merecedor de ter a minha companhia pro resto da vida.
Eu sei que vou ficar bem, mas fico entristecida quando penso que o "bem" dele não é tão verdadeiro. Ele está preso, engaiolado, sufocado...e como alguém pode ser feliz assim?
Vou continuar rezando pra ele, pra Deus o libertar o quanto antes. No fundo ele sabe que existe uma pessoa que o quer bem e que torce pela felicidade dele, independente de suas escolhas.
Sei que neste momento eu queria um abraço forte dele, uma abraço de despedida, mas de carinho, amor e respeito, e seria minha chance de agradecê-lo por tudo de bom que fez por mim, e por ter me tornado ainda mais madura, forte e mulher por cada lágrima que me fez cair.
Minha vida era muito feliz, ficou ainda mais com ele, mas chegou a hora de ser feliz sozinha de novo.
Paciência galera...a Paty está voltando aos poucos.



segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Depois de hoje


Depois de hoje eu tive vontade de voltar a escrever. 
Depois de hoje joguei suas palavras ao vento.
Depois de olhar em seus olhos, soube mais de mim.
Quero doar meu tempo fazendo o bem ao  próximo.
Quero continuar sorrindo sem ter motivos.
Depois de hoje só quero ser eu.
Dispenso conselhos desnecessários de gente que não me agrega.
Dispenso gente que não sabe ser gente.
Só quero mergulhar mais no que eu quero. E hoje, o que eu quero é viver sem limites.
Amar, me entregar e fazer as pessoas felizes.
Depois de hoje, só uma direção. E ninguém está comigo a não ser eu mesma.

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

A pérola e o tempo - O fim que nunca tive coragem de aceitar




Depois de tanto tempo, voltei!
O tempo que tanto supliquei para passar, na época me pareceu uma eternidade, hoje, vejo que foi o tempo necessário.
Quando evitei falar de você, escondi entre rochas e montanhas para desaparecer das lembranças. Era impossível. Tudo estava comigo e toda vez que jogava fora, encontrava o caminho de volta.
Percorri entre árvores grudadas umas às outras para esconder do sol, pois ele  refletia em mim palavras que me machucaram. Era em vão. Sempre havia uma fresta que fazia o raio de sol perfurar o meu coração já doente.
Encontrei uma caverna para fugir da chuva, que representava minhas lágrimas tão sólidas e tão persistentes, mas elas não cansavam de sair.
Um riacho ali se formou. Foi então que consegui me ver, e o reflexo na água parada me despertou uma vontade enorme de vencer contra tudo aquilo que me fez ser alguém que nunca fui.
Fiz as pazes com o destino para poder entender o motivo da sua vida entrar na minha. Entre tantas discussões, reclamações e lamentações descobri que sua passagem não significou nada além do que me fazer crescer.
Ainda estava longe de onde queria chegar, o percurso era longo e, no meio do caminho encontrei gaivotas. Tão unidas e tão livres. Elas me guiaram como amigos que não te abandonam, como família que te supre.
Um novo lugar. A areia estava quente e os raios solares não me faziam mal. Aqueciam-me.
Ao chão, uma ostra. Já tinha ouvido falar que ostra feliz não faz pérola, pois ela precisa de um grão de areia que a faz sofrer para produzir a linda pedra. Ali estava ela, brilhando e me dizendo para recomeçar.
Um mergulho no mar e hoje diante de você, alguém que nunca você conheceu.
Não me dói a sua escolha depois do tempo. Uma pérola é incompatível com a sua falta de tudo. Falta de coragem, falta de caráter, de respeito e de altruísmo. Isto não te faz melhor ou pior no meu ponto de vista. Só me faz entender o que não espero pra mim.
A mágoa virou gratidão. As lembranças, respeito e passado.
De mim pra você, querendo ou não, o meu sorriso, mas um sorriso sem expectativa, sem saudade e muito menos esperança.
Por inteira, me jogo em qualquer jogo distante de armas que me machucam.
Não me arrependo de ter te amado, mas posso me arrepender se um dia não amar novamente, tão verdadeiramente como amei você.
Um novo tempo dirá.

domingo, 14 de abril de 2013

Reciclagem


Por tantos eu procurei ajuda, busquei palavras, conselhos, conforto ou uma saída.
Errei em não saber me virar sozinha, errei em acreditar nas pessoas erradas, fui vítima da minha falta de malícia, da minha mania de confiar e de imaginar que as pessoas são boas.
Tudo em vão, pois por mais que em minha mente soavam palavras alheias, eu acabei seguindo os meus instintos. Era dominada por saber uma segunda opinião, mesmo sabendo que a resposta estava dentro de mim.
Senti-me presa por muito tempo às pessoas. Hoje eu aprendi a andar sozinha. Tudo que eu absolvi dos meus erros, meus anseios, minha ansiedade, fez de mim alguém forte, mas não alguém dura como uma pedra.
Bate em mim um coração maduro e cheio de esperança. Vivo em cômodos fechados, onde somente entra quem eu quero.
É momento de reciclagem. De perceber que colegas são colegas, e que amigos são o que ainda se conta nos dedos. Enxergar que os que estão ao seu lado, nem sempre querem o teu bem. Existem muitos por aí querendo ser você ou ter o que você tem. Indiferente de coisas materiais, pois isso todo mundo pode ter, mas poucos podem ter a sua essência, o seu carisma, o seu poder de amar, de perdoar ou de ser querido.
O mundo é traiçoeiro e são pouco em que podemos confiar. Não precisamos somente de sorte para viver nele, precisamos ser mais espertos e estar de olhos bem abertos.


quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

A voz do coração



Por lugares andei e respostas procurei. Ouvi muitos e não ouvi ninguém.
E todos me diziam as mesmas coisas, coisas que iriam contra o que sentia, contra o meu coração.
E sempre seguirei minha intuição, por mais burra que no momento possa parecer.
A resposta não é imediata, mas ouvir o que bate no peito, o mesmo que chora, sangra e implora paz, para mim é o melhor caminho.
A expressão "ouvir o coração só te prejudica", não se aplica a mim. Tudo o que quis fazer, eu fiz, falar, falei, gritar, gritei, fugir, fugi.
Tenho o poder de fechar os olhos e escutá-lo. O seguirei porque descobri que posso ouvir a todos, mas resposta está no meu interior.
Sou feliz por seguir meus instintos que à vezes, por falta de atenção, me deixa confusa, mas não me engana.
E o conflito interno que por tal momento pode até me fazer sofrer, lá na frente a descoberta de que estava certa.
Obviamente, a dose de razão é de extrema importância, mas ele sempre será subordinado da voz que me alivia, me dá alegria, me faz sorrir e que me fará ainda mais feliz.
Ouça seu coração também! Tente!

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Beija-Flor




As palavras se iniciam num pedaço de papel, extraído da mesa onde sento todos os dias.
Aqui quero juntar consoantes, sílabas e vogais mesmo não chegando em uma definição do sentimento que  faz o coração apertar e saltar.
Como um beija-flor a voar tentando encontrar a mais bela flor para pousar.
Caso não a encontre, sente-se triste e qualquer flor não será capaz de suprir a alegria interior, o êxtase da flor das flores.
Falta algo a mais na raiz que suga o nada, em plena seca, atrás de energia para viver.
Falta o cravo no jardim da rosa.
O céu cinza esconde o sorriso de um dia mais alegre.
A falta do algo bom, acostumado em nosso redor, nos traz um certo vazio.
A saudade desperta, a alma grita e suplica em combatê-la.
E como o beija-flor, voo até encontrar novamente a flor que preenche e torna-me ainda mais viva.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

À beira mar




Aqui foi o cenário do  mais forte sentimento, foi a fuga para o  desespero, foi o desabafo.
Precisou  sozinha encontrar o que era impossível de achar, cega de dor, mágoa e saudade.
Andou caminhos e caminhos, e um atalho a fez enxergar a luz que deu brilho aos seus  olhos, força ,  energia e aqueceu  o coração.
Quantas vezes falou  sobre a cura com o tempo, e o quanto aclamou para que esse tempo passasse logo.  A cura estava à beira mar.
À  beira mar, sem nada a se preocupar, sem nada pra pensar, soube que era um novo começo.
Por que ali foi colocado um fim a tudo que ficou pra trás.  Um novo começo para o respeito e para  a admiração.
Um dia carregado de afinidades e paixões. Um dia compartilhado de ideias, desejos e histórias.
Um contato mútuo de amizade, de sorrisos e até de certa preocupação.
À  beira mar com um carinho que não vai mudar ao passar dos anos.
Uma oportunidade única. Como se fosse um presente  dado a uma criança que sofreu com o castigo, mas que aprendeu e foi recompensada por isso.
À beira mar,  sem saber o que vai ser,  sem precisar saber.
Livre e feliz.